A sanção da Lei 1246/21 marca um divisor de águas na luta por inclusão e equidade de gênero no Brasil. Agora, conselhos de administração de estatais e empresas de economia mista terão, obrigatoriamente, 30% de suas vagas ocupadas por mulheres — e, desse total, 15% reservadas para mulheres negras e mulheres com deficiência. É mais do que uma cota: é um passo histórico rumo à representatividade real nos espaços de poder.
A presença de mulheres nesses conselhos sempre foi minoria. Para mulheres negras, então, a barreira era quase intransponível. Mas a Lei 1246/21 muda o jogo, abrindo portas para que o talento, a visão e a força dessas mulheres finalmente ocupem o lugar que sempre lhes foi devido.
Nada simboliza melhor esse novo momento do que a foto da sanção da lei, com o presidente Lula cercado por mulheres de diferentes origens e trajetórias. Entre elas, um destaque especial: Jandaraci Araújo, única representante de um conglomerado de mulheres pretas conselheiras, o C101. Sua presença não é só simbólica — é a materialização de anos de luta, formação e resistência. O C101, coletivo que prepara e conecta mulheres negras para cargos de liderança, é prova viva de que não faltam mulheres qualificadas, mas sim oportunidades.
A chegada de Jandaraci e do C101 ao centro do poder inspira uma nova geração. Mostra que a governança transformadora e inclusiva é possível — e urgente. Mais do que cumprir uma lei, é hora de reconhecer o valor da diversidade para decisões mais justas, inovadoras e conectadas com a realidade do Brasil.
A Lei 1246/21 não é só sobre números. É sobre mudar mentalidades, abrir portas e garantir que o futuro dos conselhos de administração seja, de fato, plural. É sobre ver mulheres negras, como Jandaraci, ocupando espaços de decisão e inspirando outras a fazerem o mesmo.
A transformação já começou. E você, vai ficar de fora desse movimento?
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